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terça-feira, 27 de maio de 2008

O senso comum como um sistema cultural

A diferenciação entre as sociedades deve ser levada em consideração em todo e qualquer estudo, as sociedades são formadas a partir de práticas herdadas, crenças aceitas, juízos habituais. Toda humanidade é composta de filosofias, artes, religiões e/ou ideologias, que garantem a preservação da propriedade comum. Então é extremamente difícil definir um único tipo de cultura predominante já que existem vários costumes sistematizados em pontos diversos do espaço.
O senso comum é levado em consideração por fazer parte da vida humana como um todo, acaba englobando diversos aspectos norteadores do cotidiano como a religião, a ciência e a ideologia. O bom senso e a falta do bom senso é uma questão “relativa”, pois a construção do senso comum acaba tendo diversificações perante cada simbologia. Cada sociedade tem capacidade de ser exclusiva.


A antropologia nos pode ser útil aqui da mesma forma que é útil em outras situações: ao fornecer exemplos extraordinários, ajuda a situar exemplos mais próximos em um contexto diferente. Se observarmos a opinião de pessoas que chegam a conclusões diferentes das nossas devido à vivência específica que tiveram, ou porque aprenderam lições diferentes com as surras que levaram na escola da vida, logo nos daremos conta de que o senso comum é algo muito mais problemático e profundo do que parece quando o ponto de observação é um café parisiense ou uma sala de professores em Oxford (CLIFFORD GEERTZ).


Essa problemática que nos é apresentada torna o senso comum bastante útil, como o exemplo da feitiçaria citada no texto de Clifford Geertz, onde para alguns olhares, o feitiço, não passa de uma coincidência, ignorância, estupidez ou como um aspecto que pode ser desmistificado pela ciência. Já para os azandinos é uma questão sobrenatural e místico que foi passado de geração para geração e a perpetuação através das mesmas práticas. Se observarmos outras culturas mais “desenvolvidas” podemos observar a crença acaba mudando de símbolo, mas não da sua simbologia, as superstições estão presentes em toda e qualquer sociedade, só que acabam ganhando resignificações ou uma nova moldura. Portanto um fato que vem a ser uma “aberração” para um tipo social, para outro não passa de uma forma corriqueira social e/ou vice-versa.
Sempre haverá diferenciações porque fomos enculturados, ou seja, sofremos um processo de modelação com relação a nossa cultura, então esse olhar diferenciado sobre costumes que fogem a nossa formação cultural acaba sendo mais uma forma de desigualdade social-cultural, pois admitimos uma única visão de cultura e subjugamos as culturas existentes em várias outras regiões. É preciso ter conhecimento que a partir das imagens, sons, dialetos, etc, é formada a identidade cultural de cada povo, sem a presença das crenças não existe cultura e obviamente o senso comum também deixa de existir, culminando assim no desaparecimento de um povo.
Contudo essa herança cultural pode acabar trazendo e perpetuando as formas de desigualdades que Melo cita em seu texto, porém como afirma Toynbee a “sociedade é a rede total de relações entre seus seres”, e é a partir da das imagens associadas e das imagens construídas que definimos a existência do movimento cultural, que, por conseguinte está sujeito a qualquer tipo de julgamento.

Marcos Oliveira Queiroz

REFERÊNCIA:

GEERTZ, Clifford. O Saber Local. Petrópolis, Vozes, 1998.

MELO, Luís Gonzaga de. Antropologia cultural: iniciação e temas. Petrópolis, Vozes, 1987.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parei de ler no trecho CULTURAS MAIS "DESENVOLVIDAS"
Vc nao entendeu nada do texto
Comparar culturas hierarquicamente como mais ou menos desenvolvidas é um gravíssimo equivoca cometido por ETNOCENTRISTAS europeus.
Ass: A Antropologa

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